O que Sun Tzu e Raul Seixas poderiam nos ensinar sobre a Guerra no Rio?

Quando li pela primeira vez sobre as notícias recentes do Rio, percebi que desta vez seria diferente. E não foi difícil chegar a esta conclusão, porque teremos aí dois grandes eventos esportivos: Copa do Mundo e as Olimpíadas. Como sei que com bandidos não se pode haver acordos, percebi logo o tamanho da problemática do Rio e o curto espaço de tempo que eles teriam para atuar.

Felizmente a atuação policial está sendo realizada ainda a tempo. Então passei a analisar algumas estratégias e táticas de guerra da polícia. E que vieram a confirmar minhas suspeitas de que desta vez, seria pra valer. Sou um admirador de Sun Tzu e foi baseando-me em seu best-seller, A arte da guerra, que pude fazer tais análises.

Estimo que o número de bandidos que atuavam nestas favela seria na ordem de 1.000, ainda assim o policiamento foi de quase 3 por 1. Mas nem todos estes bandidos estariam fortemente armados, talvez o número deles reduzissem pela metade, o que elevaria o número de policiais armados para uma proporção de 6 por 1. O uso dos tanques de guerra, mais o uso conjunto dos helicópteros causaram um grande abalo psicológico nos bandidos. As notícias da imprensa, mostrando a rendição ou a captura de alguns chefes, causaria então uma baixa estima. A posse dos bens destes traficantes por parte da policia, assim como a posse dos bens e a prisão de seus familiares, causariam então um enorme abalo emocional. E sem drogas e sem dinheiro, será praticamente o fim. Eu disse praticamente.

Depois de ter praticamente vencido esta importante batalha, que era a retomada do Complexo do Alemão, a parte mais significante agora será em continuar o cerco fechado, localizar estes bandidos e retirar deles ainda algum poderio de fogo. Coisa que a policia demonstra estar ciente e parece também querer seguir por esta linha de raciocínio. E seguindo um pensamento de Sun Tzu que diz o seguinte: “Não é preciso ter olhos abertos para ver o sol, nem é preciso ter ouvidos afiados para ouvir o trovão. Para ser vitorioso você precisa ver o que não está visível.” Então esta deverá ser a pergunta a se fazer pelas partes competentes em combater o crime organizado no Rio de Janeiro.

Então para sermos vitoriosos, teremos que ver o que não está visível. E esta parte não visível, é o que poderemos chamar de os verdadeiros financiadores do crime organizado no Rio de Janeiro. Muito boa a ação policial, a cobertura da imprensa e o apoio da sociedade. Mas até ai a ação foi contra as partes visíveis. Sabiamente Sun Tzu também disse: “Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota. Se você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalhas.” E quem será o inimigo da paz do Rio de Janeiro? Os bandidos seriam a causa ou seriam o efeito?

Para finalizar este artigo que esta inacabado, vou deixar aqui frases de Raul Seixas, extraídas da letra da música Mosca Na Sopa, que acho bem oportuna. “Eu sou a mosca que perturba o seu sono. Eu sou a mosca no seu quarto a zumbizar. E não adianta vir me dedetizar pois nem o DDT pode assim me exterminar. Porque você mata uma e vem outra em meu lugar. Atenção, eu sou a mosca.
A grande mosca. A mosca que perturba o seu sono. Eu sou a mosca no seu quarto a zum-zum-zumbizar. Observando e abusando. Olha do outro lado agora. Eu tô sempre junto de você. Água mole em pedra dura tanto bate até que fura. Quem, quem é? A mosca, meu irmão!” Tratemos de encontrar então a grande mosca e já sabemos que desse jeito assim, com estas nossas armas (DDT), não poderemos exterminá-la. Onde estará a grande mosca? E quais deverão ser as nossas armas?